segunda-feira, 15 de junho de 2009

O novo velho Real Madrid (ou o “come-back “ de Florentino)

Há muitos anos que acompanho o Real Madrid e que torço pelas suas vitórias. Sofri quando o Barcelona ganhou os cinco títulos consecutivos e festejei o regresso do Real às conquistas europeias. Assisti também à construção do Galáctico Real, quando Florentino Pérez resolveu contratar Figo, Zidane, Ronaldo, etc. Teve resultados, mas efémeros. Florentino esqueceu-se que uma equipa se começa a construir também pela defesa e aí falhou. Agora, e após a era Calderón, Florentino faz um “come-back” e com a mesma estratégia resolve contratar Káka, Villa e, por acréscimo (imposições anteriores, segundo consta) também CR7. E volta novamente a discussão dos valores das transferências. É moralmente aceitável pagar montantes deste calibre? Merecem estes jogadores aquilo que ganham? Deveria haver restrições aos valores das transferências? Terá Platini razão nas suas críticas? Para mim, a todas as perguntas a resposta é NÃO. Parece-me obsceno pagar transferências destes valores e nenhum trabalhador, e em especial, nenhum jogador de futebol merece ganhar estes valores. No entanto, é o mercado a funcionar. Se há entidades (Real Madrid, Chelsea, Manchester City, etc.) dispostas a pagar essas fortunas e se há outras entidades dispostas a vender, nada há a dizer. São verbas de privados, nada tenho a ver com o que os seus detentores fazem ao dinheiro. Logo, estão também respondidas as duas últimas questões. Aliás, parece-me que as críticas de Paltini enformam de uma hipocrisia sem fim. Ele que definiu o novo modelo da Champions que privilegia ainda mais os clubes mais ricos, ele que se recusa a iniciar uma discussão séria sobre “plafonds” (ou tectos) salariais a aplicar aos clubes, ele que gere milhões de Euros gerados pelos clubes como é que pode vir dizer o que é aceitável ou não em termos de transferências.
Posto isto, como adepto merengue, espero que o Real volte ao lugar que merece, ou seja, o de campeão espanhol e, principalmente, europeu. No entanto, continuo com muitas dúvidas sobre o acerto da estratégia de Florentino Pérez.
PS: neste novo Real Madrid, preferia que CR7 não entrasse. Mas enfim…

1 comentário:

ViP disse...

A solução dos Galácticos é uma fórmula com muitos riscos, mas que parece funcionar a nível financeiro. Se do ponto de vista desportivo é questionável, do ponto de vista de nacionalismo também, do lado de formação ou aposta em jovens da cantera é totalmente errada, a verdade é que do prosma económico-financeiro, é um sucesso previsível. Os contratos prevêem a cedência dos direitos de imagem, o que todos sabemos ser uma das maiores fontes de rendimento dos desportistas. O retornos por esta via é capaz de ser, por si só, suficiente para as veras das contratações. depois há o factor merchandising, que não se pode negligenciar. A seguir há a negociação dos contratos de transmissão dos jogos com venda em pay-per-view. O preço que as tv's estarão dispostas a pagar (para depois traduzirem em audiências) é maior com do que sem galácticos. Por último, a publicidade no estádio, nas camisolas e em eventos.
Tudo isto faz com que esta fórmula se traduza em muito interesse para quem compra.
se vão ganhar o campeonato ou Liga dos Campeões, isso é outra coisa.