sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Tréguas de Natal

Quando era pequeno, gostava de passar alguns momentos das minhas Férias Grandes em casa de um vizinho do meu avô que tinha lutado na Primeira Guerra Mundial. Não sei bem porquê, mas fascinavam-me as histórias que tinha para contar. Só bem mais tarde me apercebi o quanto deve ter sido difícil a vida daquele agricultor na guerra das trincheiras.
Sempre gostei de História. Particularmente das pequenas sagas individuais daqueles que, voluntária ou involuntariamente, acabaram por fazer parte dela.
Talvez seja por isso que um determinado sítio na Internet despertou a minha curiosidade. Chama-se The Glory Days – football in times of war (http://www.cwgc.org/glorydays) e é dedicado aos futebolistas britânicos que participaram nas duas grandes guerras mundiais. O desenho do sítio merece, por si só, uma visita. Está construído e uma forma original, com jogos e informações curiosas.
Foi através deste sítio que fiquei a saber que no início da Primeira Guerra Mundial se alistaram cerca de 2.000 futebolistas britânicos. O número é espantoso, especialmente se pensarmos que no início desta guerra existiam 5.000 futebolistas profissionais na Grã-bretanha e de que o alistamento era totalmente voluntário.
A guerra de 1914-1918 tem mais histórias relacionadas com o futebol. Uma delas fala de um capitão do oitavo regimento de East Surrey que, antes de uma ofensiva na batalha do Somme, atirou quatro bolas de futebol sobre as trincheiras e prometeu uma recompensa ao primeiro soldado que marcasse um golo ao inimigo. Outra fala do clube escocês Hearts, a equipa com mais vitórias no início da época futebolística de 1914, que viu toda a sua equipa alistar-se no exército britânico. Sete destes jogadores nunca mais voltaram a jogar.
Mas talvez a mais extraordinária delas relata as tréguas do Natal de 1914. Neste ano, houve a cessação espontânea das hostilidades em inúmeros pontos da Frente Ocidental e a realização de jogos de futebol na terra de ninguém.
Mas não fiquemos a pensar que existiam apenas futebolistas de um dos lados da trincheira. No sítio oficial do Galatasaray (versão inglesa), encontrei referências a futebolistas que morreram a lutar pelo Império Otomano. São apelidados de “mártires”, um termo algo anacrónico, especialmente para nós que, estando tão habituados à paz e à segurança, o consideramos exótico e desnecessário. (Anacrónico mas não totalmente ausente do nosso meio; basta lembrarmo-nos dos “Campos Mártires da Pátria” em Lisboa.)
Em tempos de paz, talvez valha a pena recordar as Tréguas do Natal de 1914 e ler algumas histórias dos futebolistas que participaram numa guerra que ceifou, estima-se, mais de nove milhões de militares e cinco milhões de civis.
Reduzidos à razão do uniforme que envergavam, estes soldados de diferentes lados das trincheiras estavam afinal, e sem o saber, unidos pelo menos por uma paixão e um trabalho em comum: o futebol.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007



Na noite fria do último jogo do ano (de 2007), o pavilhão iluminado não aquecia os jogadores. Sem o devido preparo, o jogo começou com as equipas a apresentarem:


Equipa A - Vinay, Rui Lopes, Hélder, Nuno, Moreira e Luís Branco;
Equipa B - Tiago, João, Chrystello, Rafael e Ricardo.




Com a temperatura baixa, o ritmo de jogo também o foi. Apesar disso, os A's adaptaram-se melhor e foram mais fortes no início, ganhando vantagem com bonitos golos de lances individuais de Hélder e Vinay (um em técnica e o outro em instinto). Mas os B's não se deixaram ir abaixo. A garra de Rafael, a concentração de Tiago, a técnica de Ricardo, a agilidade de Chrystello e o empenho de João foram as armas que levaram a uma exibição mais conseguida em equipa. Muito boas trocas de bola, grande fluidez e pressão, aproximaram aos poucos o resultado.


No lados dos A's, o habitual jogo pensado de Hélder, o posicionamento de Nuno, a força de Moreira, a velocidade de Vinay, o querer de Rui Lopes e a técnica de Luís Branco traduziram-se num jogo mais de contra-ataque, de jogo individual, à espera do erro do adversário, não tirando frutos daquilo de que podia ter beneficiado, ter um suplente. Não fazendo a chamada pressão alta, deixou que os B's jogassem livremente e assim conseguissem, no último remate do encontro, o empate a 6. Houve mesmo quem dissesse que o golo foi já depois do sinal de Marte, mas foi validado.




Destaques:
Jogador mais influente: Tiago
Jogador mais desatento: Rui Lopes
Jogador que mais correu: Ricardo
Jogador mais inconsequente: Chrystello
Autor do golo mais bonito: Hélder
Autor da melhor defesa: Hélder (embora seja sempre de valorizar um penalty defendido, no caso por Moreira, que virou as costas à bola e esta acertou-lhe no pé).




Os votos de BOAS FESTAS para todos e até 2008! O primeiro jogo será logo no dia 3.




sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Jogo calmo



Em noite de ausências, outra vez, o jogo foi calmo. Conseguiram estar presentes duas equipas completas e isso é o mais importante.

As equipas apresentaram:

Equipa A - Vinay, Rui Lopes, Filipe, Chrystello e Gonçalves;
Equipa B - Tiago, João, Luís Branco, Rafael e Hélder .
Começando a partida a controlar bem a posse de bola, os A's desde cedo se adiantaram no marcador, rapidamente chegando aos 3-0. Um dos golos da noite foi marcado nessa altura, numa bonita jogada de contra-ataque com passes de 1ª e golo de Chrystello.
Mas os B's "acordaram" e comandados por Luís Branco e Hélder, foram à luta. Lograram dar a volta e quase fizeram o 3-5, mas o remate de Rafael foi ao poste.
Soou o alarme na equipa A e Filipe começou a pôr ordem na casa. De novo em força e mais pressionantes, os A's recuperaram e fecharam o encontro com 7-4.
Destaques:
Jogador mais influente: Gonçalves
Jogador mais desatento: não houve, todos "estavam lá"
Jogador que mais correu: Rafael
Jogador mais inconsequente: Rui Lopes
Autor do golo mais bonito: Chrystello
Autor da melhor defesa: Hélder
Nota: o jogo do dia 13/12 vai ser o último antes do final do ano, pelo que está aberta a proposta de irmos comer umas bifanas/pregos a seguir.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A relevância do Shaktar ... na terra deles.

“Que grande equipa!”, “Foi das equipas que mais gastou em contratações, este ano!”, “Vai ser a equipa sensação da liga dos campeões!”, “Jogam muito à bola e ainda por cima têm um grande treinador!”
Tudo isto e muito mais elogios foram dirigidos à “fabulosa” equipa que acabara de ganhar 1-0 ao SLB em pleno estádio da Luz, no final de Setembro ou princípio de Outubro. Essa equipa era o colosso europeu (não era o Milan, ou mesmo o Celtic) que dá pelo nome de … Shaktar de Donetks, da Ucrânia, país também ele famoso pelas suas proezas futebolísticas!
Nessa altura ninguém questionou porque é que essa equipa tinha ganho com tanta facilidade na Luz. Camacho (na altura o D. Sebastião esperado – vá-se lá saber porquê – pelos adeptos benfiquistas) tinha chegado e ninguém ousava dizer o que agora já alguns dizem: que Camacho, tacticamente, é uma nulidade, que no banco não sabe o que fazer e que ainda arrisca menos que Fernando Santos e Paulo Bento juntos.
Dois meses depois, o SLB ganha na Ucrânia, apura-se para a taça Uefa e relega a fabulosa equipa que custara milhões para o 4º e último lugar do grupo, com direito a descansar até ao próximo ano.
Das duas uma:
Ou o SLB tem uma equipa ainda mais fabulosa que a do Shaktar ou esta afinal foi excessivamente sobrevalorizada (passo a redundância, mas é propositada) para fazer crer que o Benfica não era assim tão mau e tinha era jogado com uma grande equipa.
Obviamente que a realidade é a segunda hipótese. Veja-se: dos milhões gastos pelo Shakatar, em checos, romenos, croatas, brasileiros, etc. e tirando o italiano Lucarelli, quantos portugueses conheciam esses grandes reforços ou até que eram jogadores de futebol?
Mas não se podia dizer mal de Camacho! O que é que Camacho trás de bom ao futebol? Ao português nada, ao do SLB trás garra e apenas isso (quem me dera que P.Bento também o conseguisse fazer no SCP). E isso vai chegando para a grande maioria dos jogos do campeonato nacional mas é manifestamente pouco para a Liga dos Campeões.
É preciso não esquecer que Camacho é um produto da famosa “fúria espanhola” que nada ganhou, a nível de selecção e de clubes. Correr e ter por divisa “até ao pescoço é canela” é muito pouco para ganhar nos grandes jogos!

Por muito que nos possa doer (a sportinguistas e benfiquistas), a única equipa capaz de ombrear de igual para igual, de uma forma regular, com os grandes europeus (onde não incluo o Shaktar) é o FCP. Quem viu os jogos do Sporting nas duas últimas edições da liga dos campeões (tirando a excepção ao jogo com o Inter em casa na época transacta) compreendeu que quando o Inter, o Bayern Munique, o Manchester United e mesmo a Roma decidiam acelerar o ritmo do jogo não havia nada a fazer. O mesmo se passou com o Benfica com o Manchester United e com o Milan. Apesar dos adeptos benfiquistas continuarem a acreditar que foi azar não terem ganho ao Milan este ano. Só quem não conhece minimamente o futebol italiano pode acreditar nisso. A não ser que o SLB marcasse aos 92 m, o Milan iria sempre buscar o resultado que lhe interessava.

Neste momento, e apesar de Jesualdo, o FCP é, de facto, a única equipa portuguesa com carácter com qualidade e com “estaleca” para fazer algo na liga dos campeões. Aliás a diferença entre o FCP e os seus dois rivais ficou demonstrada nos dois jogos de campeonato que já realizados no Dragão com o SCP e na Luz com o SLB.

Agora com 3 meses para pensarem nas competições internas (e se as coisas não se alterarem significativamente), parece-me que a tendência será para se alargar, talvez pouco, a distância entre o FCP e o SLB e para se cavar um enorme fosso entre estes dois e o SLB. P.Bento tinha razão quando disse que o objectivo principal deveria ter sido a qualificação para a Uefa e não os oitavos de final da champions. Demorou foi muito tempo a reconhecer as grandes limitações de um plantel limitadíssimo em quantidade e, principalmente, em qualidade.
Quem vai regularmente a Alvalade já tinha percebido isso...