Se havia algo que me intrigava sempre que via imagens do mundial de futebol de praia é por que razão é que este campeonato parece ser apenas disputado no Rio de Janeiro. Não que tenha algo contra a praia de Copacabana. Pelo contrário, até acho que é um dos locais mais óbvios para se fazer um mundial deste tipo. Agora todos!? É que não estou a ver, por exemplo, o mundial de futebol de onze a ser sempre organizado em Inglaterra.
Investiguei. Afinal de contas esta "regra" vai mudar. Para o ano o mundial vai ser em Marselha e em 2009 a praia escolhida vai localizar-se algures no Dubai. O Brasil vai deixar de ter o factor casa a seu favor e as outras equipas vão ter, talvez, mais hipóteses de ganhar o campeonato.
Este ano Portugal não foi além dos quartos‑de‑final. Para não variar, perdemos com o Brasil por uns “honrados” 10‑7 (o Brasil cilindrou o México na Final por 8‑2). Mas nem sempre foi assim. Portugal é, logo a seguir ao Brasil, a selecção com melhor palmarés (um título mundial conquistado, três segundos lugares e dois terceiros).
No Futsal, em dia de A’s, a selecção nacional conseguiu, pela primeira vez, atingir umas meias-finais. Bateu a Roménia por 3‑0. Joga agora com a Espanha que é nada menos do a campeã europeia em título. O jogo é sexta-feira às 20h00 em Gondomar.
A selecção nacional A conseguiu, pela quarta vez consecutiva, estar na fase final do campeonato das melhores da Europa. É obra. E bem feita. Até à data Portugal conta com uma final, duas meias‑finais e uma presença nos quartos‑de‑final. No mundial chegamos duas vezes às meias‑finais.
Vem tudo isto para dizer duas coisas. A primeira é que, olhando para o mundo do futebol, não posso deixar de notar de que somos bons com a bola. Temos talento e, quando queremos, um grupo de “tugas” consegue ter resultados positivos e estar entre os melhores. A segunda é que existem outros campeonatos que talvez merecessem mais atenção do que os dos "futebóis". Basta olhar para os jornais e estar com atenção às notícias. Não é difícil encontrar rankings pouco lisonjeadores para Portugal: sinistralidade na estrada, taxa de crescimento económico, etc, etc. Por isso não entendo, muito sinceramente, por que razão se critica tanto o Cristiano Ronaldo, o Scolari, etc. Então não é que conseguiram algo de bom? Um resultado positivo. Não se deveria antes criticar o que de mau há? Até porque, o que a selecção fez vai ser uma felicidade para os muitos milhares de emigrantes que têm de acordar, todos os dias, para a realidade de jogar num campeonato diferente: o de ganharem a vida num país estrangeiro como mulher a dias, servente de pedreiro ou recepcionista de hotel. Para eles não há Scolari, Pepe, Cristiano Ronaldo, jogo assim ou jogo assado. Há tão‑somente Portugal. E a selecção é uma razão (uma das poucas, talvez) de orgulho de dizerem que são portugueses.
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