Hoje, num programa de desporto da TVI apresentaram uma reportagem com Nené, o actual lider dos marcadores da Super Liga. A meio perguntaram-lhe pelas suas ambições. Logo referiu que seria jogar num dos 3 grandes de Portugal e alcançar uma selecção. Reparem no pormenor: uma selecção. Não, não foi engano. Ele explicou que preferia a selecção do Brasil mas que, se dentro de algum tempo não conseguisse, também não se importava que fosse outra selecção. É nisto que dá a ideia boçal de naturalizar tudo o que mexe para termos, eventualmente e por vezes ilusoriamente, mais qualidade na selecção. Como se pode ver, hoje em dia as ambições não passam só por chegar a um grande. Agora ambiciona-se também chegar a uma selecção. Independentemente daselecção e do seu valor. Deco já foi um destes casos. Como ainda não tinha conseguido ser internacional brasileiro, então tornou-se internacional português. Pepe, apesar de tudo é um caso diferente do de Deco. Pode ser quer por fim o Sr. Madail consiga tornar a selecção no Clube Portugal, que a exemplo da maioria dos clubes (de toda a Europa) raramente têm jogadores dos países desses clubes.
7 comentários:
Muitas selecções europeias também têm jogadores que nasceram noutros países. Parece-me que o post é mais direccionado para contestar a figura do presidente da federação do que para outra coisa qualquer. Isto porque me parece que levanta uma falsa questão. Se se há leis nesta República que delimitam a forma de obtenção da nacionalidade portuguesa, se há, adicionalmente, critérios (penso eu!) e dirigentes na federação que analisam estas situações, então por que razão é que uma pessoa, um jogador, que obteve legalmente a nacionalidade portuguesa e passou o crivo de outros critérios da federação, não poderá vir a representar a selecção nacional?
A questão do predidente é, claramente, acessória. A questão essencial é quem deve jogar na(s) selecção(ões). É claro que a(s) lei(s) o permitem e que há outras selecções que o fazem. Isso não implica que tenha de estar de acordado. Até porque, se em Portugal são necessários x anos para se naturalizar, noutros países (do golfo, por exemplo) até se compram as naturalizações. Aqui não é uma questão de equiparação de direitos mas sim de se continuar a considerar ou não uma selecção. Não estou a falar de indivíduos que vieram para Portugal com 8, 9 ou 10 anos. Estou a falar de indivíduos que chegaram a Portugal com 22, 23 ou mais anos. Até que ponto uma selecção formada por 11 recém-naturalizados representará Portugal? Se for esse o caminho, boa sorte...
Não me parece que haja alguém que pense em construir uma selecção com 11 recém-naturalizados...
Pois não...
Há poucos anos todos criticavam o União da Madeira por jogar com onze jogadores estrangeiros. Hoje é o que se vê. E como a lei permite, porque não onze "estarngeirados" na selecção? Há algo que proiba?
Como eu sempre disse e defendi, continuo a afirmar o mesmo... discordo totalmente da inclusão de estrangeiros na selecção nacional, independentemente da sua qualidade. Lá porque outras selecções o fazem, isso é problema deles. Na nossa discordo. Já discordava com a inclusão do Deco, continuei a discordar na altura do Pepe, e continuarei caso pretendam chamar o levezinho. Ainda por cima, ainda menos sentido faz no caso do Liedson, chamando um jogador com 31 anos que se encontra já na sua fase descendente da carreira (independentemente da qualidade que continua a demonstrar e dos golos que ainda marca), e que certamente não irá fazer muitas mais épocas.
Se não existem jogadores portugueses com qualidade para a nossa selecção chegar a algum lado, então mudem as atitudes dos clubes, e formem-nos... apostem neles. É uma vergonha o Benfica constantemente não apostar nos jogadores das suas escolas, contratando muitas vezes para a sua posição estrangeiros de qualidade duvidavel. E depois ver esses jogadores formados nas suas escolas, a vingarem noutros clubes.
Como diz o Greenflag, um atleta que tenha vindo para Portugal ainda criança/adolescente, naturalizando-se e fazendo cá a sua formação, tem todo o direito de representar o país. Agora um atleta que chegue já adulto, não concordo. Ainda mais se tem uma frase do estilo "aceito a selecção que me quiser, do país de origem, onde trabalho ou outra". Este não concordo mesmo.
Ao Greeflag: sim, não há nada que proiba. Ah, nada não... Talvez o bom senso? Em relação ao que disse o Rui: concordo com a análise referente ao SLB. Felizmente já há mais apostas em jogadores portugueses e das escolas do SLB. Em relação ao que disse o VIP: o difícil destas regras do estilo "preto/branco", ou melhor, se veio criança, "tudo bem", se veio adulto no bico da cegonha "tudo mal" é que acho que são demasiado rígidas... Acho que devemos dar o benefício da dúvida a quem faz as leis e quem está na federação a analisar as situações caso a caso. Agora purista não sou. Respeito os que são, mas eu não sou.
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