Aos mais desatentos, está a viver-se um momento turbulento no Dragão. Após a decisão de não contestar a sentença de subtrair 6 pontos no presente campeonato, pela investigação e julgamento chamado de Apito Final, o FCP pôs-se a jeito.
De facto, dava-lhe jeito não se "chatear" com -6 pontos numa épova em que deu 20 e tal de avanço. Se recorresse, ainda se arriscava a começar a próxima época com negativos, à semelhança do que acontece nos países em que a Justiça do futebol parece ser mais séria.
Mas cá não, além de demorar tanto tempo a decidir e a investigar, ainda se dão ao desplante de condenar o árbitro por corrupção com acto consumado e o clube que o pagou com acto não consumado, na mesma situação!!!
Mas adiante. Hoje, o FCP mandou um comunicado à CMVM informando de que foi notificado pala UEFA da abertura de procedimento disciplinar, para verificar a admissibilidade na próxima edição da Champions. Para ler em:
http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/FR18910.pdf
Será que vai haver algum efeito do facto do FCP ter admitido que corrompeu?
Uns dizem que sim, outros juristas dizem que não, pois foi um acto não consumado.
Mas não acaba aqui. A Lei Webster é outra decisão que pode revolucionar o Mundo do Futebol, à semelhança da Lei Bosman. Assim, em resumo "Após a decisão de 30 de Janeiro do Tribunal Arbitral do Desporto sobre o "Caso Andy Webster", os jogadores podem mudar-se livremente para um clube estrangeiro se tiverem passado 3 anos desde a assinatura do contrato, ou apenas dois se o atleta tiver mais de 28 anos."
Neste âmbito, Paulo Assunção, médio valioso do FCP, rescindiu com base nesta Lei.
Será que soam os tambores de Revolução no Dragão??!!
quinta-feira, 29 de maio de 2008
terça-feira, 27 de maio de 2008
Será mesmo uma questão de peso? (revisto)
Agora que estamos com vinte e tal jogos realizados, achei que seria boa ideia fazer uma outra tabela de pontuações para esta época. A ideia do novo ranking é encontrar a dupla de mais sucesso. O sucesso é determinado a partir da pontuação atribuída a todas as combinações possíveis de 2 elementos entre os n jogadores das equipas registadas no Blog.
A pontuação utilizada é a seguinte: 3 pontos para a vitória; 1 ponto para o empate; 0 para a derrota. Não penalizei a ausência, por não ter sentido neste contexto (não pretendia penalizar a ausência, mas tão-somente encontrar a dupla com mais sucesso). Por serem atípicos, não considerei os jogos que se realizaram com quatro jogadores.
Posto isto, verificamos que quem surge destacado na tabela é a dupla Gonçalves-Moreira. No conjunto, participaram em 7 encontros em que pontuaram. Segue-se a dupla Vinay-Rui Lopes. Surpreendidos? E qual a utilidade desta tabela? Talvez nenhuma. Talvez a mesma da que é publicada todas as semanas para o "campeonato" individual. Porquê? Porque um jogo de futebol é um jogo colectivo. Não é o de um jogador nem o de dois. É de grupo. Ganhar está sempre condicionado à performance de grupo das duas equipas. De qualquer forma, deixo aqui esta nova tabela.
Nota: a coluna _Freq_ dá o número de jogos em que a respectiva parelha pontuou (1 ou 3 pontos). Não contabiliza, desta forma, o número total de jogos disputados pelas respectivas parelhas de jogadores.
A pontuação utilizada é a seguinte: 3 pontos para a vitória; 1 ponto para o empate; 0 para a derrota. Não penalizei a ausência, por não ter sentido neste contexto (não pretendia penalizar a ausência, mas tão-somente encontrar a dupla com mais sucesso). Por serem atípicos, não considerei os jogos que se realizaram com quatro jogadores.
Posto isto, verificamos que quem surge destacado na tabela é a dupla Gonçalves-Moreira. No conjunto, participaram em 7 encontros em que pontuaram. Segue-se a dupla Vinay-Rui Lopes. Surpreendidos? E qual a utilidade desta tabela? Talvez nenhuma. Talvez a mesma da que é publicada todas as semanas para o "campeonato" individual. Porquê? Porque um jogo de futebol é um jogo colectivo. Não é o de um jogador nem o de dois. É de grupo. Ganhar está sempre condicionado à performance de grupo das duas equipas. De qualquer forma, deixo aqui esta nova tabela.
Nota: a coluna _Freq_ dá o número de jogos em que a respectiva parelha pontuou (1 ou 3 pontos). Não contabiliza, desta forma, o número total de jogos disputados pelas respectivas parelhas de jogadores.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Parabéns Ovarense
Campeões da Europa!
E novamente CHAMPIONS of EUROPE!
Num jogo difícil, contra o grande adversário "interno", num dia de chuva, com as emoções ao rubro, foi na "lotaria" de grandes penalidades que o Man Utd conquistou o seu 3º troféu de Campeões da Europa (depois de 1968 e 1999).
O jogo dos 120 minutos foi equilibrado, com oportunidades de golo para os 2 lados, com 2 bolas aos ferros enviadas pelo Chelsea e 2 grandes defesas de Peter Cech.
Enquanto decorria o jogo, fui recebendo sms dizendo que o MU estava a ser beneficiado pelo árbitro. De facto, vi alguns erros no apito, com muitos a favorecer o MU, nos lançamentos laterais a meio campo e disputas de bola longe da área. Acredito que isto terá enervado os jogadores de Avram Grant, especialmente Joe Cole, que tanto se atirou para a piscina e nem uma vez o árbitro lhe deu um rebuçado.
Quanto a decisões erradas, nos cantos houve equilíbrio, pois foram atribuídos erradamente para os dois lados; livres perigosos ou grandes penalidades, não vi grandes erros.
No prolongamento, numa discussão quanto à devolução da bola, houve uma "molhada" e, no meio, Drogba deu um estalo a Vidic e foi, por isso, bem expluso. Ainda neste lance, nas "barbas" do árbitro, Terry cuspiu em Tevez, mas, afortunadamente, não foi expulso. Senão, o substituto ainda marcava o pénalty...
Quanto aos portugueses, Cristiano Ronaldo foi o melhor dos 3 (Paulo Ferreira não jogou), tendo efectuado uma grande partida. Pena foi ter falhado o seu pénalty (quando fez a paradinha e Cech não se moveu, ficou todo "borrado" e não sabia para onde chutar). Ricardo Carvalho esteve abaixo do costume, menos decisivo nos cortes e pouco aventureiro no ataque. Nani entrou tarde mas ainda mostrou algum brilhantismo, bem como calma suficiente para marcar o "seu" pénalty.
Os melhores foram Evra e Lampard. E claro os dois guarda-redes.
GLORY GLORY Man United!!!
Cristiano Ronaldo, O Real Madrid e o “Sir” Alex
Estando a viver em Espanha e sendo desde há muito um adepto do Real Madrid, sigo o fenómeno desportivo e em particular o futebol através do diário desportivo “Marca”. E a verdade é que as únicas notícias sobre Portugal (mas poderia generalizar para quase tudo o que não é Espanha) a que tenho acesso nos meios de comunicação (jornais, rádios, televisã, etc.) são sobre o Cristiano Ronaldo. E são as primeiras páginas (da Marca, as notícias de abertura da secção do desporto na rádio e televisão, etc.), não uma qualquer notícia no interior do jornal. Claro que na ordem do dia está o interesse do Real e o enfado do “Sir” Alex do Man. Utd. Esse mesmo, apelidado pela generalidade dos comentadores como um exemplo de “fair-play” e de humildade. É fácil ter “fair-play” e ser um “cavalheiro” quando ganhamos e estamos por cima. Mas podemos lembrarnos das reacções desse sujeito quando perdia com Mourinho (no FC Porto e depois no Chelsea), com Wenger, quando algum árbitro prejudicava a sua equipa, etc. para se concluir que o sujeito só tem “fair-play” quando ganha.
Agora mostrou de novo o seu mau génio!
Enfado, irritação, birra, etc. Tudo porque houve alguém que se lembrou de assediar o seu melhor jogador. Só que esse alguém é o Real Madrid. O poderoso Real que se dispõe a pagar 100 milhões de Euro por Cristiano Ronaldo. Lembrou esse “Sir” que o jogador tem contrato com o seu clube e que o Real está a jogar sujo.
E lembrou muito bem!
Mas o que faz o Man Utd e ele próprio (ou o inefável Sr. Queiroz, seu adjunto e sucessor) quando assediam jogadores com 18/19 anos, como Nani, Andersson e o próprio Cristiano Ronaldo????
Será que esses jogadores não tinham contratos válidos com os seus clubes? A diferença é que nesses casos é o Man Utd que pode manter uma posição de força junto dos clubes, depois de aliciar os jogadores e seus agentes. Neste caso, tem um rival à sua altura, temos pena!
O “Sir” pode mostrar mais uma vez todo o seu “fair-play” e destilar toda a sua raiva sobre aqueles que lhe fazem frente.
Nota: Não pretendo subscrever nem validar a actuação do Real Madrid neste caso. Apenas ver a duplicidade de critérios utilizada pelas pessoas. É apenas o mundo do futebol.
Agora mostrou de novo o seu mau génio!
Enfado, irritação, birra, etc. Tudo porque houve alguém que se lembrou de assediar o seu melhor jogador. Só que esse alguém é o Real Madrid. O poderoso Real que se dispõe a pagar 100 milhões de Euro por Cristiano Ronaldo. Lembrou esse “Sir” que o jogador tem contrato com o seu clube e que o Real está a jogar sujo.
E lembrou muito bem!
Mas o que faz o Man Utd e ele próprio (ou o inefável Sr. Queiroz, seu adjunto e sucessor) quando assediam jogadores com 18/19 anos, como Nani, Andersson e o próprio Cristiano Ronaldo????
Será que esses jogadores não tinham contratos válidos com os seus clubes? A diferença é que nesses casos é o Man Utd que pode manter uma posição de força junto dos clubes, depois de aliciar os jogadores e seus agentes. Neste caso, tem um rival à sua altura, temos pena!
O “Sir” pode mostrar mais uma vez todo o seu “fair-play” e destilar toda a sua raiva sobre aqueles que lhe fazem frente.
Nota: Não pretendo subscrever nem validar a actuação do Real Madrid neste caso. Apenas ver a duplicidade de critérios utilizada pelas pessoas. É apenas o mundo do futebol.
Notícias pouco mediáticas
Duas notícias que passaram um bocado ao lado da espuma mediática dos últimos dias. A primeira, que pode ser vista aqui, anuncia alterações na organização competitiva da Taça de Portugal do próximo ano. A segunda, fala de incentivos positivos à formação de jovens jogadores portugueses nos escalões de formação.
São notícias de 17 e 12 de Maio, respectivamente. Não se comparam nada ao mediatismo de um Cristiano Ronaldo no Real Madrid ou da confirmação de um José Mourinho no Inter de Milão.
Mas são notícias que dão um sinal positivo a todos aqueles que gostam do futebol português. Mostram que alguma coisa se está a fazer para torná-lo mais competitivo no actual contexto de salários liberalizados e de total liberdade de movimento de jogadores.
Fica apenas uma nota de algum desconforto. As notícias são dadas de uma forma genérica, não se sabendo como os incentivos serão aplicados. Por exemplo, a notícia sobre o novo figurino da Taça de Portugal fala na possibilidade da distribuição das receitas das transmissões televisivas e dos patrocínios antes do arranque da competição. Mas será esta distribuição feita de forma igualitária entre todos os clubes? Ou terão os clubes mais fortes direito a uma fatia maior?
Parecem perguntas inócuas, mas nas respostas a estas e outras perguntas do mesmo tipo poder-se-á descobrir se existe uma real predisposição por parte de quem governa o futebol português sobre a existência de um maior ou menor equilíbrio competitivo nos campeonatos nacionais.
São notícias de 17 e 12 de Maio, respectivamente. Não se comparam nada ao mediatismo de um Cristiano Ronaldo no Real Madrid ou da confirmação de um José Mourinho no Inter de Milão.
Mas são notícias que dão um sinal positivo a todos aqueles que gostam do futebol português. Mostram que alguma coisa se está a fazer para torná-lo mais competitivo no actual contexto de salários liberalizados e de total liberdade de movimento de jogadores.
Fica apenas uma nota de algum desconforto. As notícias são dadas de uma forma genérica, não se sabendo como os incentivos serão aplicados. Por exemplo, a notícia sobre o novo figurino da Taça de Portugal fala na possibilidade da distribuição das receitas das transmissões televisivas e dos patrocínios antes do arranque da competição. Mas será esta distribuição feita de forma igualitária entre todos os clubes? Ou terão os clubes mais fortes direito a uma fatia maior?
Parecem perguntas inócuas, mas nas respostas a estas e outras perguntas do mesmo tipo poder-se-á descobrir se existe uma real predisposição por parte de quem governa o futebol português sobre a existência de um maior ou menor equilíbrio competitivo nos campeonatos nacionais.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Em Angola já há quem saiba quem vai ser o próximo treinador do Benfica...
José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola e confesso adepto do FC Porto, disse já saber qual o próximo treinador do Benfica (ver notícia aqui). Devo confessar que fiquei algo surpreendido pelo facto da vida interna do Benfica ser alvo da atenção do Presidente angolano... Mas enfim, notícias sobre futebol, mesmo aquelas com pouco conteúdo concreto, preenchem muita coisa, seja em Portugal ou noutro local qualquer.
Só espero é que a comitiva do Benfica, de visita ao continente africano, tenha revelado tratamento igual em Cabo Verde, revelando a Pedro Pires, Presidente deste país, qual iria ser o próximo treinador do clube da Luz... É que se não, ainda o Benfica e a "diplomacia" de tirar por casa do seu Presidente se arriscam a arranjar um problema internacional por falta de tratamento igualitário ao acesso dos segredos mais bem escondidos dos encarnados...
Só espero é que a comitiva do Benfica, de visita ao continente africano, tenha revelado tratamento igual em Cabo Verde, revelando a Pedro Pires, Presidente deste país, qual iria ser o próximo treinador do clube da Luz... É que se não, ainda o Benfica e a "diplomacia" de tirar por casa do seu Presidente se arriscam a arranjar um problema internacional por falta de tratamento igualitário ao acesso dos segredos mais bem escondidos dos encarnados...
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Clubes empresa ou o grande embuste?
Ou a propósito do que o de Kuyp escreveu há uns dias atrás...
Os adeptos do Benfica e do Sporting anseiam que as suas equipas voltem a ganhar e a brilhar tanto a nível interno como internacional. Para isso conjecturam sobre como se deveria organizar a estrutura directiva, como tornar mais rentável o clube e como aumentar as suas receitas, etc.
Para isso, repete-se até à exaustão que o futebol é uma indústria e como tal há que ser competitivo a esses níveis. Mais, se conseguimos ser competitivos noutras áreas também o podemos ser no futebol.
Nada de mais errado quanto a mim!!!!
Porquê?
Porque as indústrias tradicionais (as empresas) podem estar num país pequeno (em dimensão ou em peso político e económico) como o nosso mas podem deter uma vantagem competitiva qualquer: uma patente protegida, um avanço técnico ou tecnológico face às suas concorrentes, design inovador ou outra, que lhe permita manter os seus níveis de competitividade através da manutenção ou intensificação dos seus níveis de inovação ou de conhecimento do mercado.
Ora isto não se passa, manifestamente, na “indústria” do futebol. Porquê?
Porque nesta “indústria” é notória a diferença de capacidades entre as “empresas” de países distintos ou mesmo entre as “empresas” de um mesmo país. A “empresa” Benfica ou a empresa Sporting até podem descobrir um Kaká no Brasil, um Cristiano Ronaldo nas suas academias, um Messi na Argentina mas não o conseguem segurar mais do que um par de anos (já com boa vontade) e quando o vendem muito dificilmente conseguem encontrar um substituto à sua altura.
Aliás, está por demonstrar o que acontecerá, nos países com uma “indústria” do futebol mais poderosa, quando os magnatas que aí investiram (casos do Chelsea, Liverpool, Man. Utd, Man. City, AC Milan, Inter Milão, etc. só para citar alguns casos) resolverem desinvestir ou sair dessa “indústria”. Ou outros pegam nela, porque existe de facto poder económico para o fazer, ou entram em agonia (não só os clubes como os seus simpatizantes). Temos exemplos desses no nosso país: Sporting com Jorge Gonçalves, Benfica com Vale e Azevedo, Boavista com a família Loureiro, Salgueiros, etc.
Existem fortunas pessoais em Portugal capazes ou com vontade de investirem a sério num clube português para o tornar competitivo a nível europeu? Existem propostas de contratos de publicidade ou de sponsoring compatíveis com os que se celebram na Europa? Temos 40, 50 ou 60 milhões de habitantes como têm os países dos principais campeonatos? Têm os nossos clubes implantação e projecção mediática à escala mundial?
Nas grandes fortunas, só vejo uma pessoa com algum algum interesse pela "indústria" do futebol (e é um especulador nato pelo que não será de esperar nenhuma acção benemérita). E a projecção internacional dos nossos clubes (com o Benfica muito à frente dos demais) fica-se, quase em exclusivo, pelo continente africano onde, sejamos claros, não existe grande potencial de vendas (só se for nas elites angolanas, referidas por Bob Geldoff).
Podem dizer, "mas temos um potencial de quase 300 milhões de pessoas a falar português pelo mundo". Pois temos, se excluirmos os nossos emigrantes, quem vai comprar produtos relacionados com os nossos clubes. O Brasil tem os seus grandes e pequenos clubes, não necessitam de comprar produtos de clubes que nada lhes dizem nem têm projecção mundial.
O panorama é negro? Pois é, mas ninguém o quer assumir porque ninguém ganharia eleições num clube prometendo finanças equilibradas, nem se poderia tentar empreender organizações megalómanas como campeonatos da Europa e do Mundo se se explicasse a utilização posteriores das infraestruturas necessárias a essas organizações (é incontornável frisar a utilização e as médias de assistência nos novos estádios de Faro, Leiria, Coimbra. Aveiro, Bessa e mesmo Braga).
Ou seja, temos que nos mentalizar que a dimensão (económica) normal, racional e adequada do nosso campeonato seria a equivalente aos campeonatos da Bélgica, Holanda, Suíça. Escócia e Áustria, por exemplo.
Para quê insistir em nos querermos comparar com os grandes? Não creio que holandeses, belgas, suiços, etc, sejam menos felizes, tenham menos poder de compra, vivam pior que nós por terem uma “indústria” do futebol à sua dimensão.
Curiosamente, esta situação já não se põe ao nível da “nossa” selecção. Aí não temos uma empresa, temos uma verdadeira “delegação empresarial” vintage com o melhor daquilo que a nossa “indústria” conseguiu produzir ao longo dos anos, mesmo se depois tenha tido necessidade de se desfazer desses activos.
A nível de selecções sim poderemos competir com os melhores. Porquê? Porque aí não há uma vertente económica a enviesar a produção futebolística. Aí são os melhores de cada país. E, por enquanto, ainda não é o factor monetário que pesa na escolha do país que se representa.
Última nota: no anúncio da entrega da organização do mundial 2014 ao Brasil, Blatter pôs o dedo na ferida no que respeita às naturalizações de jogadores, em especial brasileiros. Se não se fizer nada, também as selecções passam a reger-se (exclusivamente) pelos ditames económicos.
Para isso, repete-se até à exaustão que o futebol é uma indústria e como tal há que ser competitivo a esses níveis. Mais, se conseguimos ser competitivos noutras áreas também o podemos ser no futebol.
Nada de mais errado quanto a mim!!!!
Porquê?
Porque as indústrias tradicionais (as empresas) podem estar num país pequeno (em dimensão ou em peso político e económico) como o nosso mas podem deter uma vantagem competitiva qualquer: uma patente protegida, um avanço técnico ou tecnológico face às suas concorrentes, design inovador ou outra, que lhe permita manter os seus níveis de competitividade através da manutenção ou intensificação dos seus níveis de inovação ou de conhecimento do mercado.
Ora isto não se passa, manifestamente, na “indústria” do futebol. Porquê?
Porque nesta “indústria” é notória a diferença de capacidades entre as “empresas” de países distintos ou mesmo entre as “empresas” de um mesmo país. A “empresa” Benfica ou a empresa Sporting até podem descobrir um Kaká no Brasil, um Cristiano Ronaldo nas suas academias, um Messi na Argentina mas não o conseguem segurar mais do que um par de anos (já com boa vontade) e quando o vendem muito dificilmente conseguem encontrar um substituto à sua altura.
Aliás, está por demonstrar o que acontecerá, nos países com uma “indústria” do futebol mais poderosa, quando os magnatas que aí investiram (casos do Chelsea, Liverpool, Man. Utd, Man. City, AC Milan, Inter Milão, etc. só para citar alguns casos) resolverem desinvestir ou sair dessa “indústria”. Ou outros pegam nela, porque existe de facto poder económico para o fazer, ou entram em agonia (não só os clubes como os seus simpatizantes). Temos exemplos desses no nosso país: Sporting com Jorge Gonçalves, Benfica com Vale e Azevedo, Boavista com a família Loureiro, Salgueiros, etc.
Existem fortunas pessoais em Portugal capazes ou com vontade de investirem a sério num clube português para o tornar competitivo a nível europeu? Existem propostas de contratos de publicidade ou de sponsoring compatíveis com os que se celebram na Europa? Temos 40, 50 ou 60 milhões de habitantes como têm os países dos principais campeonatos? Têm os nossos clubes implantação e projecção mediática à escala mundial?
Nas grandes fortunas, só vejo uma pessoa com algum algum interesse pela "indústria" do futebol (e é um especulador nato pelo que não será de esperar nenhuma acção benemérita). E a projecção internacional dos nossos clubes (com o Benfica muito à frente dos demais) fica-se, quase em exclusivo, pelo continente africano onde, sejamos claros, não existe grande potencial de vendas (só se for nas elites angolanas, referidas por Bob Geldoff).
Podem dizer, "mas temos um potencial de quase 300 milhões de pessoas a falar português pelo mundo". Pois temos, se excluirmos os nossos emigrantes, quem vai comprar produtos relacionados com os nossos clubes. O Brasil tem os seus grandes e pequenos clubes, não necessitam de comprar produtos de clubes que nada lhes dizem nem têm projecção mundial.
O panorama é negro? Pois é, mas ninguém o quer assumir porque ninguém ganharia eleições num clube prometendo finanças equilibradas, nem se poderia tentar empreender organizações megalómanas como campeonatos da Europa e do Mundo se se explicasse a utilização posteriores das infraestruturas necessárias a essas organizações (é incontornável frisar a utilização e as médias de assistência nos novos estádios de Faro, Leiria, Coimbra. Aveiro, Bessa e mesmo Braga).
Ou seja, temos que nos mentalizar que a dimensão (económica) normal, racional e adequada do nosso campeonato seria a equivalente aos campeonatos da Bélgica, Holanda, Suíça. Escócia e Áustria, por exemplo.
Para quê insistir em nos querermos comparar com os grandes? Não creio que holandeses, belgas, suiços, etc, sejam menos felizes, tenham menos poder de compra, vivam pior que nós por terem uma “indústria” do futebol à sua dimensão.
Curiosamente, esta situação já não se põe ao nível da “nossa” selecção. Aí não temos uma empresa, temos uma verdadeira “delegação empresarial” vintage com o melhor daquilo que a nossa “indústria” conseguiu produzir ao longo dos anos, mesmo se depois tenha tido necessidade de se desfazer desses activos.
A nível de selecções sim poderemos competir com os melhores. Porquê? Porque aí não há uma vertente económica a enviesar a produção futebolística. Aí são os melhores de cada país. E, por enquanto, ainda não é o factor monetário que pesa na escolha do país que se representa.
Última nota: no anúncio da entrega da organização do mundial 2014 ao Brasil, Blatter pôs o dedo na ferida no que respeita às naturalizações de jogadores, em especial brasileiros. Se não se fizer nada, também as selecções passam a reger-se (exclusivamente) pelos ditames económicos.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Época 2007-08: Reflexões de um benfiquista
Com a devida autorização, transcrevo aqui uma opinião de um amigo benfiquista, postada no sectorb32.blogspot.com:
Desilusões, comparações e perspectivas
Trinta e tal milhões de euros depois, o Benfica apresentou-nos uma temporada verdadeiramente decepcionante. Falhou quase todos os objectivos, mesmo os secundários: não foi campeão nacional, não venceu a Taça de Portugal ou a Taça da Liga, não passou à segunda fase da Liga dos Campeões, não foi longe na Taça UEFA, não conseguiu o apuramento para a Liga dos Campeões 2008/2009 (nem através da disputa da pré-eliminatória). O único objectivo alcançado foi, ainda em Agosto, a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões. As razões para este descalabro são por todos conhecidas: saída de jogadores fundamentais; época mal preparada (começou a sê-lo por Vieira, Veiga e Fernando Santos; um mês e meio depois, só restava o presidente); 'plantel' deficientemente estruturado; dispensa de treinador ao primeiro desaire (ou tinha saído em Maio ou devia merecer mais confiança); aquisição de jogadores de qualidade duvidosa; a rábula do "esperem só mais seis meses que já temos director desportivo mas por enquanto ainda anda a dar pontapés na bola"; lesões frequentes; rendimento abaixo do normal de peças fulcrais. Talvez fosse o pior 'plantel' dos últimos anos, mas, ainda assim, com qualidade para ter feito muito mais.
O desastre é maior quando o comparamos com a época do Sporting. Gastou cerca de um quarto do que o Benfica desembolsou e, apesar de ter um quadro de jogadores mais fraco (é a minha opinião, - discutível, evidentemente), alcançou resultados muitíssimo melhores, tanto no campeonato, como nas duas taças nacionais ou na Taça UEFA. Só na Liga dos Campeões os dois de Lisboa se equipararam. Para os sportinguistas, este é um claro sinal do trabalho de Paulo Bento. Em toda a época, o Benfica só foi melhor do que o Sporting no... Torneio Internacional do Guadiana, prova orgulhosamente conquistada pelo Sr. Engenheiro.
Para a próxima época, já há director desportivo. Todos gostamos dele e esperamos que seja competente. É uma pessoa lúcida, com um discurso agradável e conhecimentos no futebol internacional, mas, só por si - não nos iludamos -, não é garantia de êxito. Ainda não há treinador e espero que o escolhido seja alguém ambicioso, disposto a trabalhar com o que lhe for oferecido e mais dois ou três reforços de verdadeiro gabarito. Não me interessa alguém que só venha se for contratado o Drogba ou o Eto'o. Ou que fique a lamentar-se o resto da época porque não veio o Ronaldinho ou o Deco, que afinal até estavam livres do Barcelona. Por último, em relação ao 'plantel', espero que não haja nenhuma espécie de caça às bruxas ou limpeza de balneário. Terá de haver dispensas, pois há jogadores a mais, mas a base terá de ser o que existe, a ela devendo acrescentar-se 3 ou 4 jogadores que sejam claramente titulares. Não tragam mais camiões carregados de sul-americanos ou de jogadores do Leste Europeu. Há que ter alguma serenidade na hora da contratação. Como ficou provado este ano, gastar muito dinheiro não é sinónimo de reforço da equipa.
Rematado por Glorioso11385 às 1:47 PM
Eu concordo com tudo o que ele escreveu e acredito que muitos outros benfiquistas também.
Desilusões, comparações e perspectivas
Trinta e tal milhões de euros depois, o Benfica apresentou-nos uma temporada verdadeiramente decepcionante. Falhou quase todos os objectivos, mesmo os secundários: não foi campeão nacional, não venceu a Taça de Portugal ou a Taça da Liga, não passou à segunda fase da Liga dos Campeões, não foi longe na Taça UEFA, não conseguiu o apuramento para a Liga dos Campeões 2008/2009 (nem através da disputa da pré-eliminatória). O único objectivo alcançado foi, ainda em Agosto, a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões. As razões para este descalabro são por todos conhecidas: saída de jogadores fundamentais; época mal preparada (começou a sê-lo por Vieira, Veiga e Fernando Santos; um mês e meio depois, só restava o presidente); 'plantel' deficientemente estruturado; dispensa de treinador ao primeiro desaire (ou tinha saído em Maio ou devia merecer mais confiança); aquisição de jogadores de qualidade duvidosa; a rábula do "esperem só mais seis meses que já temos director desportivo mas por enquanto ainda anda a dar pontapés na bola"; lesões frequentes; rendimento abaixo do normal de peças fulcrais. Talvez fosse o pior 'plantel' dos últimos anos, mas, ainda assim, com qualidade para ter feito muito mais.
O desastre é maior quando o comparamos com a época do Sporting. Gastou cerca de um quarto do que o Benfica desembolsou e, apesar de ter um quadro de jogadores mais fraco (é a minha opinião, - discutível, evidentemente), alcançou resultados muitíssimo melhores, tanto no campeonato, como nas duas taças nacionais ou na Taça UEFA. Só na Liga dos Campeões os dois de Lisboa se equipararam. Para os sportinguistas, este é um claro sinal do trabalho de Paulo Bento. Em toda a época, o Benfica só foi melhor do que o Sporting no... Torneio Internacional do Guadiana, prova orgulhosamente conquistada pelo Sr. Engenheiro.
Para a próxima época, já há director desportivo. Todos gostamos dele e esperamos que seja competente. É uma pessoa lúcida, com um discurso agradável e conhecimentos no futebol internacional, mas, só por si - não nos iludamos -, não é garantia de êxito. Ainda não há treinador e espero que o escolhido seja alguém ambicioso, disposto a trabalhar com o que lhe for oferecido e mais dois ou três reforços de verdadeiro gabarito. Não me interessa alguém que só venha se for contratado o Drogba ou o Eto'o. Ou que fique a lamentar-se o resto da época porque não veio o Ronaldinho ou o Deco, que afinal até estavam livres do Barcelona. Por último, em relação ao 'plantel', espero que não haja nenhuma espécie de caça às bruxas ou limpeza de balneário. Terá de haver dispensas, pois há jogadores a mais, mas a base terá de ser o que existe, a ela devendo acrescentar-se 3 ou 4 jogadores que sejam claramente titulares. Não tragam mais camiões carregados de sul-americanos ou de jogadores do Leste Europeu. Há que ter alguma serenidade na hora da contratação. Como ficou provado este ano, gastar muito dinheiro não é sinónimo de reforço da equipa.
Rematado por Glorioso11385 às 1:47 PM
Eu concordo com tudo o que ele escreveu e acredito que muitos outros benfiquistas também.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Flashes dos últimos dias
Algumas notícias que me despertaram a atenção nos últimos dias. Não pretendo ser exaustivo e admito que a lista esteja enviezada face às minhas preferências clubísticas.
O Sporting ganhou a taça de Portugal ao FC Porto. Alguns jogadores do FC Porto queixaram-se da arbitragem. O Benfica ganhou o campeonato nacional de andebol. O Benfica despediu o treinador de andebol. O Bloco de Esquerda lamentou na Assembleia da República o repasto de 50 deputados com Pinto da Costa. O Bloco de Esquerda é a única força política sem deputados portistas. O Benfica realizou a sua 3ª corrida popular. Foi a primeira que teve falta de água no percurso. O Rui Costa deu uma entrevista ao Expresso. Espero que não seja a última como responsável máximo do departamento de futebol.
O Sporting ganhou a taça de Portugal ao FC Porto. Alguns jogadores do FC Porto queixaram-se da arbitragem. O Benfica ganhou o campeonato nacional de andebol. O Benfica despediu o treinador de andebol. O Bloco de Esquerda lamentou na Assembleia da República o repasto de 50 deputados com Pinto da Costa. O Bloco de Esquerda é a única força política sem deputados portistas. O Benfica realizou a sua 3ª corrida popular. Foi a primeira que teve falta de água no percurso. O Rui Costa deu uma entrevista ao Expresso. Espero que não seja a última como responsável máximo do departamento de futebol.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
O pavilhão estava inclinado?
Previa-se uma noite com alguma confusão, pois todos os elementos (13) haviam dito que iam. Com isto previa-se chatices nas substituições e uma equipa com 7 e outra com 6. Mas, por razões pessoais, Tiago não pôde ir, deixando as contas num equilibrado 6 vs 6, ou seja um suplente de cada lado.
No entanto, começaram as confusões cedo, com a falta de coletes; só havia 4! Alguém os deixou em casa ou emprestou...
As equipas alinharam:
Equipa A – Ricardo , Filipe, Vinay, Rui Lopes, Chrystello e Coelho;
Equipa B – Hélder, Moreira, Luís Branco,Gonçalves, João e Rui Evangelista.
Aquilo que na teoria parecia ser equilibrado, revelou-se a pender para um dos lados. Os A's foram dominadores desde cedo, com rápidas trocas de bola e remates perigosos, enquanto que os B's procuravam manter posse de bola, mas sofriam com a pressão adversária.
O primeiro golo surge exactamente num lance de pressão, com a bola a sobrar para Ricardo que fuzilou a baliza.
O ritmo alto dos A's levava a que os B's não pudessem pensar nas suas jogadas. A boa marcação a Gonçalves e Luís Branco, com João, Moreira e Hélder menos activos e Rui Evangelista desinspirado, o campo parecia estar inclinado para a baliza destes. Apesar de algumas chances para marcar, os B's não conseguiam segurar os A's, onde Ricardo foi novamente maestro, bem acompanhado por Coelho, no seu melhor jogo nas quintas, e Vinay, o bem posicionado Filipe e o empenhado Chrystello, contando ainda com Rui Lopes, a espaços.
Desta forma, os golos dos A's surgiram naturalmente, tendo chegado aos 4-0!
Pelo meio surgiam também focos de confusão, com discussão quanto a faltas, mão na bola, passes e marcação errados. Com o desequilíbrio, também se reclamou muito do sorteio. Mas nada havia a dizer, o problema está na macro que o dita.
Os B's não queriam sair sem marcar o tento de honra e este aconteceu. Num bonito lance de insistência a meio campo, Luís Branco marcou o golo da noite, num chapéu a Filipe.
Mas ainda antes do final, mais um golo para os A's, terminando o encontro em 5-1.
Destaques:
Jogador mais influente: Ricardo (marcou golos, marcou adversários, jogou e fez jogar)
Jogador mais desatento: Rui Evangelista (sem grande vontade ou interesse)
Jogador que mais correu: Coelho (bom jogo, grandes correrias)
Jogador mais inconsequente: Moreira (pouco, muito pouco da sua habitual influência)
Autor do golo mais bonito: Luís Branco (como já foi dito)
Autor da melhor defesa: Ricardo (uma mão cheia de defesas, especialmente uma com o pé direito).
quinta-feira, 15 de maio de 2008
O jantar
Parece que são 70 os adeptos do FC Porto na Assembleia da República. Valor considerável, tendo em conta que a Assembleia tem cerca de 230 deputados. "Sinais do tempo", como muito bem diz esta notícia sobre o jantar, organizado por deputados portistas, para festejar o tricampeonato do FC Porto. O presidente do clube da invicta não faltou! Nada a estranhar, dirão alguns. Nada de mais natural, dirão os deputados. Talvez assim fosse, não tivesse este presidente sido recentemente acusado num tribunal desportivo. Talvez assim corresse a história do jantar, não tivesse esse mesmo presidente ter estado nesse mesmo dia numa acareação referente ao processo "Apito Dourado". Será que já não há noção da vergonha e de mau gosto?
quarta-feira, 14 de maio de 2008
terça-feira, 13 de maio de 2008
As dimensões do futebol
Para quem ainda tem dúvidas, aqui vão alguns números de 2006 sobre a dimensão do futebol como actividade económica (retirados a revista Problèmes Économiques; 12 Mars 2008).
40.000 €: ganho diário do ex-futebolista Zinedine Zidane;
500.000 €: preço de dois spots publicitários na TF1 à altura da final do Mundial de futebol;
800.000 €: ganho diário do Real Madrid em vendas de bens e serviços;
8.000.000 €: taxa anual paga pela companhia Emirate Airlines para “emprestar” o seu nome ao estádio de futebol do Arsenal.
É muito dinheiro. Impressiona a escala. Em jeito de comparação (se bem que um bocado tosca), se olharmos para o relatório e contas do Benfica da época de 2006/07 vemos que este clube gerou cerca de 81 milhões de euros em proveitos relacionados com a sua actividade. Tornando anual o montante acima referido para o Real Madrid, verificamos que os 81 milhões representam cerca de 28% do que os Merengues ganharam em 2006.
Neste contexto, é porventura fácil concordarmos com um artigo escrito por Vasco Pulido Valente na edição de sábado do jornal “Público”. Diz este artigo que o que o Benfica precisa é de um “génio financeiro” que, com recursos relativamente escassos, consiga fazer da equipa um “produto” mais competitivo.
Sim. Os génios são sempre bem-vindos. Mas antes de um Einstein financeiro, de um Messias abonado ou de um D. Sebastião a nadar em euros, o que talvez o Benfica precise mais neste momento é de um grupo de profissionais que perceba (e saiba) como um clube vindo de um país de dimensão média pode tornar-se competitivo num mercado desportivo dominado por Grandes Clubes/Grandes Países. Friso bem: um grupo de pessoas. Uma estrutura, uma equipa. Não apenas um treinador. Nem tão-somente um génio, um presidente, um director desportivo, um futebolista. A realidade é demasiado complexa para decisões tomadas por uma pessoa. Não que elas o sejam. Mas aflige-me pensar que grande parte da massa associativa do Benfica pense desta maneira. No singular.
Bem vistas as coisas, é mais reconfortante pensar que há por aí um génio financeiro escondido com a capacidade e o interesse de fazer com que o Benfica tenha a dimensão monetária do Real Madrid. Haverá?
40.000 €: ganho diário do ex-futebolista Zinedine Zidane;
500.000 €: preço de dois spots publicitários na TF1 à altura da final do Mundial de futebol;
800.000 €: ganho diário do Real Madrid em vendas de bens e serviços;
8.000.000 €: taxa anual paga pela companhia Emirate Airlines para “emprestar” o seu nome ao estádio de futebol do Arsenal.
É muito dinheiro. Impressiona a escala. Em jeito de comparação (se bem que um bocado tosca), se olharmos para o relatório e contas do Benfica da época de 2006/07 vemos que este clube gerou cerca de 81 milhões de euros em proveitos relacionados com a sua actividade. Tornando anual o montante acima referido para o Real Madrid, verificamos que os 81 milhões representam cerca de 28% do que os Merengues ganharam em 2006.
Neste contexto, é porventura fácil concordarmos com um artigo escrito por Vasco Pulido Valente na edição de sábado do jornal “Público”. Diz este artigo que o que o Benfica precisa é de um “génio financeiro” que, com recursos relativamente escassos, consiga fazer da equipa um “produto” mais competitivo.
Sim. Os génios são sempre bem-vindos. Mas antes de um Einstein financeiro, de um Messias abonado ou de um D. Sebastião a nadar em euros, o que talvez o Benfica precise mais neste momento é de um grupo de profissionais que perceba (e saiba) como um clube vindo de um país de dimensão média pode tornar-se competitivo num mercado desportivo dominado por Grandes Clubes/Grandes Países. Friso bem: um grupo de pessoas. Uma estrutura, uma equipa. Não apenas um treinador. Nem tão-somente um génio, um presidente, um director desportivo, um futebolista. A realidade é demasiado complexa para decisões tomadas por uma pessoa. Não que elas o sejam. Mas aflige-me pensar que grande parte da massa associativa do Benfica pense desta maneira. No singular.
Bem vistas as coisas, é mais reconfortante pensar que há por aí um génio financeiro escondido com a capacidade e o interesse de fazer com que o Benfica tenha a dimensão monetária do Real Madrid. Haverá?
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Vou ou não acertar?
Como o nosso 'amigo' Scolari não é muito dado a surpresas aqui vão os provaveis 23 para o EURO:
Guarda-redes: Ricardo (Betis), Quim (Benfica) e Rui Patrício (Sporting)
Defesas: Bosingwa (FC Porto), Paulo Ferreira (Chelsea), Miguel (Valencia), Ricardo Carvalho (Chelsea), Pepe (Real Madrid), Bruno Alves (FC Porto) e Fernando Meira (Estugarda)
Médios: Deco (Barcelona), Petit (Benfica), Raul Meireles (FC Porto), Maniche (Inter), Miguel Veloso (Sporting) e João Moutinho (Sporting)
Avançados: Nuno Gomes (Benfica), Cristiano Ronaldo (Manchester United), Simão (Atlético Madrid), Nani (Manchester United), Hélder Postiga (Panathinaikos), Hugo Almeida (Werder Bremen) e Quaresma (FC Porto).
Quantos falharei?
Guarda-redes: Ricardo (Betis), Quim (Benfica) e Rui Patrício (Sporting)
Defesas: Bosingwa (FC Porto), Paulo Ferreira (Chelsea), Miguel (Valencia), Ricardo Carvalho (Chelsea), Pepe (Real Madrid), Bruno Alves (FC Porto) e Fernando Meira (Estugarda)
Médios: Deco (Barcelona), Petit (Benfica), Raul Meireles (FC Porto), Maniche (Inter), Miguel Veloso (Sporting) e João Moutinho (Sporting)
Avançados: Nuno Gomes (Benfica), Cristiano Ronaldo (Manchester United), Simão (Atlético Madrid), Nani (Manchester United), Hélder Postiga (Panathinaikos), Hugo Almeida (Werder Bremen) e Quaresma (FC Porto).
Quantos falharei?
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Gritas tu ou grito eu?
Em noite de números acertados (12 é o ideal, com um suplente de cada lado), a nota mais frequente foi a dos gritos.
Desde o início, muito se gritou. Era porque estava a começar atrasado, era porque Vinay se demorava a equipar, era porque não se passava a bola, era porque não se chutava bem, era porque não se defendia, era porque não se ajudava no ataque... enfim.
As equipas alinharam:
Equipa A – Hélder, Filipe, Vinay, Rui Lopes, Chrystello e Tiago;
Equipa B – Ricardo, Moreira, Luís Branco, Coelho, João e Rui Evangelista.
O jogo começou com Rui Ev. a jogar nos A's, pois Vinay e Filipe chegaram atrasados. Repostas as equipas, os B's começaram a dominar, com boa circulação e defesa atenta.
Os A's não estavam mal, com Tiago e Hélder no comando.
Demorou um pouco a chegar o primeiro golo, mas depois deste, 2 outros foram conseguidos, levando os B's à vantagem de 3. Nesta fase, Luís branco e Ricardo foram maestros, Coelho e Rui Ev. os lutadores, Moreira e João os trabalhadores menos evidentes.
Do lado dos A's, os ânimos começaram a aquecer, com Vinay a "dispar(at)ar" em todas as direcções. Por muito que tentassem, nada saía bem. Os remates eram desviados, defendidos ou errados, os cortes fracos e devolviam a bola ao adversário, os passes um claro tiro de sorte.
Mas, num erro dos B's, surgiu o 1-3. Aqui começou a recuperação, quase conseguida. Com a coordenação de Tiago, o único que conseguiu uma prestação positiva, a equipa encetou em busca do empate. Foram muitos os momentos em que o golo poderia surgir, mas a defesa estava descurada, fruto das limitações de Hélder (regressado de lesão) e da estranha apatia de Filipe. Chrystello, Rui Lopes e Vinay não estavam nos seus dias, falhando muito no ataque, coisa pouco habitual.
Ainda assim, beneficiando dos falhanços dos B's (marcaram apenas 1 golo nas muitas oportunidades), os A's reduziram para 3-4 a um minuto do fim, num golo de raiva e muito festejado por Tiago. Mas já não havia mais tempo.
Destaques:
Jogador mais influente: Tiago (já foi tudo dito, faltando apenas a referência aos imensos e bons remates)
Jogador mais desatento: Rui Lopes e Vinay (os dois juntos não foram um jogador inteiro)
Jogador que mais correu: Ricardo (muitas recuperações e cortes de lances perigosos)
Jogador mais inconsequente: Vinay (tanto barafustou que pouco conseguiu fazer)
Autor do golo mais bonito: Tiago (grande remate cruzado, com a bola a entrar junto à barra)
Autor da melhor defesa: Hélder (no chão a remate muito próximo).
A Oeste Nada de Novo (*)
Há dias li um artigo curioso, chamado Who’s Up? Who’s Down? Who Cares?, de um comentador de futebol dos EUA, que sustenta que o mecanismo de promoção e despromoção, tão comum nas ligas europeias, é absolutamente irrelevante para estimular a competitividade das mesmas.
A Major League Soccer (MLS), na qual participa o Los Angeles Galaxy dos mediáticos David Beckham e Abel Xavier, não tem clubes promovidos e despromovidos. O campeonato é recente (1993), centrado em objectivos comerciais e disputado ao estilo da NBA com conferências e equipas dos EUA e Canadá.
Não quero de maneira alguma dizer, com este post, que o modelo americano é melhor do que o que é usado na Europa. De qualquer maneira, sendo economista de formação, não deixo de ser sensível à questão da competitividade e à realidade dos principais campeonatos europeus.
Nos dias de hoje, lutar por um lugar na Champions League é, por assim dizer, um campeonato no meio do campeonato nacional. Acontece que apenas um conjunto restrito de clubes em cada país tem realmente a possibilidade de ser competitivo e de lutar por um dos lugares cimeiros de cada campeonato nacional. São estes que, invariavelmente a cada ano que passa, vencem os campeonatos e partilham os lugares cimeiros da tabela. E os outros? Bem, aos outros resta sonhar com equipas mais fortes, anos melhores, e lutarem por não descerem ou por serem promovidos à liga principal.
Tendo em conta que o talento e os recursos para obter bons jogadores e formar boas equipas é escasso, é então natural que elas se concentrem nos clubes de topo, fazendo com que o campeonato “dos outros” tenha cada vez menos interesse. Neste sentido, é talvez apropriado perguntar o que é que, nos dias de hoje, as promoções e despromoções trazem de valor acrescentado às ligas nacionais? Existem excepções, é claro. O Guimarães, por exemplo. Mas são excepções que confirmam a regra.
No meio disto tudo, talvez fosse importante colocar questões relacionadas com a organização dos campeonatos nacionais e inovar num novo desenho competitivo que permitisse que, por exemplo, países como o nosso possam ter sempre três ou quatro equipas competitivamente fortes nos campeonatos de clubes europeus. Talvez apostando numa maior racionalização de recursos e num aumento qualitativo da competitividade interna possamos assistir, com cada vez mais frequência, a mais campeões nacionais e a menos monotonia nos campeonatos.
E o que é que passou no ultimo fim-de-semana a oeste dos montes Urais? Enfim, nada de especial. O Real Madrid ganhou a sua 31ª liga, o Bayern arrecadou a sua 20ª vitória na Bundesliga, o FC Porto continua a festejar o seu tricampeonato e os lugares cimeiros das outras ligas principais continuam a ser disputadas pelos clubes do costume.
Nota: A “Oeste Nada de Novo” é a tradução do título de um livro de Erich Maria Remarque passado na primeira grande guerra.
A Major League Soccer (MLS), na qual participa o Los Angeles Galaxy dos mediáticos David Beckham e Abel Xavier, não tem clubes promovidos e despromovidos. O campeonato é recente (1993), centrado em objectivos comerciais e disputado ao estilo da NBA com conferências e equipas dos EUA e Canadá.
Não quero de maneira alguma dizer, com este post, que o modelo americano é melhor do que o que é usado na Europa. De qualquer maneira, sendo economista de formação, não deixo de ser sensível à questão da competitividade e à realidade dos principais campeonatos europeus.
Nos dias de hoje, lutar por um lugar na Champions League é, por assim dizer, um campeonato no meio do campeonato nacional. Acontece que apenas um conjunto restrito de clubes em cada país tem realmente a possibilidade de ser competitivo e de lutar por um dos lugares cimeiros de cada campeonato nacional. São estes que, invariavelmente a cada ano que passa, vencem os campeonatos e partilham os lugares cimeiros da tabela. E os outros? Bem, aos outros resta sonhar com equipas mais fortes, anos melhores, e lutarem por não descerem ou por serem promovidos à liga principal.
Tendo em conta que o talento e os recursos para obter bons jogadores e formar boas equipas é escasso, é então natural que elas se concentrem nos clubes de topo, fazendo com que o campeonato “dos outros” tenha cada vez menos interesse. Neste sentido, é talvez apropriado perguntar o que é que, nos dias de hoje, as promoções e despromoções trazem de valor acrescentado às ligas nacionais? Existem excepções, é claro. O Guimarães, por exemplo. Mas são excepções que confirmam a regra.
No meio disto tudo, talvez fosse importante colocar questões relacionadas com a organização dos campeonatos nacionais e inovar num novo desenho competitivo que permitisse que, por exemplo, países como o nosso possam ter sempre três ou quatro equipas competitivamente fortes nos campeonatos de clubes europeus. Talvez apostando numa maior racionalização de recursos e num aumento qualitativo da competitividade interna possamos assistir, com cada vez mais frequência, a mais campeões nacionais e a menos monotonia nos campeonatos.
E o que é que passou no ultimo fim-de-semana a oeste dos montes Urais? Enfim, nada de especial. O Real Madrid ganhou a sua 31ª liga, o Bayern arrecadou a sua 20ª vitória na Bundesliga, o FC Porto continua a festejar o seu tricampeonato e os lugares cimeiros das outras ligas principais continuam a ser disputadas pelos clubes do costume.
Nota: A “Oeste Nada de Novo” é a tradução do título de um livro de Erich Maria Remarque passado na primeira grande guerra.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Campeonatos nacionais cada vez mais aborrecidos!
Com os campeonatos europeus a acabar para dar lugar a mais um campeonato europeu de selecções, começa a época de balanços.
Não vou analisar quem mereceu e quem não mereceu ganhar. Neste momento, parece-me mais importante analisar o marasmo em que caíram quase todos os campeonatos do velho continente. Por um lado a chamada lei Bosman, por outro a abertura da Champions League a 2, 3 e 4 clubes de um mesmo país, geraram um cada vez maior desequilíbrio nas receitas dos clubes, fazendo com que a disputa dos títulos seja coisa de 2, 3 ou 4 clubes em cada país. Há pouco tempo diziamos que em Espanha (Real Madrid, Barcelona, Atl. Madrid, Valência, Athl. Bilbao, Real Sociedade, Sevilha, etc), em Itália (Juventus, Inter Milano, AC Milan, As Roma, Lazio, Sampdoria, Verona, Napoles, etc.), Alemanha (Bayern Munique, B. Dortmund, Hamburgo, Estugarda, Werder Bremen, Nuremberga, Colónia, Schalke 04, Eintracht Frankfurt, etc.), em França (Bordeus, PSG, Auxerre, Nantes, Mónaco, Lens, Lyon, St. Etienne, etc) e em Inglaterra (Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester Utd, Tottenham, Aston Villa, Newcastle, Leeds, Blackburn, etc.) havia sempre um grande número de clubes que poderiam ganhar o campeonato, contrapondo com o caso portugês, com os seus três crónicos candidatos ao título.
Todos estes clubes mencionados foram campeões dos seus países sendo que a grande maioria o foram no período de 1980 a 2008.
O que temos agora?
Espanha: Real Madrid e Barcelona + Valencia e At. Madrid (de quando em vez);
Itália: Inter Milan, AC Milan, AS Roma e agora, e de novo, a Juventus;
Alemanha: Bayern Munique + 1 qualquer de quando em vez;
França: Lyon
Inglaterra: Arsenal, Chelsea e Manchester Utd
Portugal: FC Porto + Benfica e Sporting (de quando em vez, por muito que isto nos custe a sportinguista e benfiquistas)
E se isto já é mau, pior é a qualidade dos espectáculos produzidos pela grande maioria das equipas e a diminuição acentuada da assistência nos estádios espanhois, italianos, e franceses.
Há alguma esperança que esta tendência se inverta?
Claro que não. Basta ver o que Platini (como os políticos) prometeu antes das eleições para UEFA (dar mais espaço na Champions League aos clubes dos campeonatos menos importantes) e o que fez logo que foi eleito (exactamente o oposto, garantindo mais lugares aos campeonatos mais poderosos em termos financeiros).
Nestes últimos quatro meses pude ver muitos jogos do campeonato espanhol, alguns italianos, ingleses, alemães e até escoceses. Em comum, o fosso enorme entre o primeiro (Espanha e Alemanha) ou entre os dois (Escócia e Itália) ou entre os três (Inglaterra) primeiros e os restantes.
Ou seja, no futebol, Portugal andou muito à frente da Europa: sempre teve três crónicos candidatos para ter agora apenas um.
Uma última reflexão, por hoje: nos EUA onde a competitividade é um imperativo também no desporto, todas as modalidades profissionais utilizam o esquema de plafonds salariais. O mais conhecido na Europa é o da NBA, mas o mesmo se aplica nos outros três desportos nacionais e profissionais (o basebol, o futebol americano e o hoquei no gelo), bem como no futebol/soccer. Esta regulamentação, não eliminando, limita claramente o fosso existente entre equipas.
Na Europa, toda a gente e em todos os desportos, ficam apavorados só de ouvir falar nessa hipótese. Porquê? De que têm medo? Da competitividade?
Não vou analisar quem mereceu e quem não mereceu ganhar. Neste momento, parece-me mais importante analisar o marasmo em que caíram quase todos os campeonatos do velho continente. Por um lado a chamada lei Bosman, por outro a abertura da Champions League a 2, 3 e 4 clubes de um mesmo país, geraram um cada vez maior desequilíbrio nas receitas dos clubes, fazendo com que a disputa dos títulos seja coisa de 2, 3 ou 4 clubes em cada país. Há pouco tempo diziamos que em Espanha (Real Madrid, Barcelona, Atl. Madrid, Valência, Athl. Bilbao, Real Sociedade, Sevilha, etc), em Itália (Juventus, Inter Milano, AC Milan, As Roma, Lazio, Sampdoria, Verona, Napoles, etc.), Alemanha (Bayern Munique, B. Dortmund, Hamburgo, Estugarda, Werder Bremen, Nuremberga, Colónia, Schalke 04, Eintracht Frankfurt, etc.), em França (Bordeus, PSG, Auxerre, Nantes, Mónaco, Lens, Lyon, St. Etienne, etc) e em Inglaterra (Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester Utd, Tottenham, Aston Villa, Newcastle, Leeds, Blackburn, etc.) havia sempre um grande número de clubes que poderiam ganhar o campeonato, contrapondo com o caso portugês, com os seus três crónicos candidatos ao título.
Todos estes clubes mencionados foram campeões dos seus países sendo que a grande maioria o foram no período de 1980 a 2008.
O que temos agora?
Espanha: Real Madrid e Barcelona + Valencia e At. Madrid (de quando em vez);
Itália: Inter Milan, AC Milan, AS Roma e agora, e de novo, a Juventus;
Alemanha: Bayern Munique + 1 qualquer de quando em vez;
França: Lyon
Inglaterra: Arsenal, Chelsea e Manchester Utd
Portugal: FC Porto + Benfica e Sporting (de quando em vez, por muito que isto nos custe a sportinguista e benfiquistas)
E se isto já é mau, pior é a qualidade dos espectáculos produzidos pela grande maioria das equipas e a diminuição acentuada da assistência nos estádios espanhois, italianos, e franceses.
Há alguma esperança que esta tendência se inverta?
Claro que não. Basta ver o que Platini (como os políticos) prometeu antes das eleições para UEFA (dar mais espaço na Champions League aos clubes dos campeonatos menos importantes) e o que fez logo que foi eleito (exactamente o oposto, garantindo mais lugares aos campeonatos mais poderosos em termos financeiros).
Nestes últimos quatro meses pude ver muitos jogos do campeonato espanhol, alguns italianos, ingleses, alemães e até escoceses. Em comum, o fosso enorme entre o primeiro (Espanha e Alemanha) ou entre os dois (Escócia e Itália) ou entre os três (Inglaterra) primeiros e os restantes.
Ou seja, no futebol, Portugal andou muito à frente da Europa: sempre teve três crónicos candidatos para ter agora apenas um.
Uma última reflexão, por hoje: nos EUA onde a competitividade é um imperativo também no desporto, todas as modalidades profissionais utilizam o esquema de plafonds salariais. O mais conhecido na Europa é o da NBA, mas o mesmo se aplica nos outros três desportos nacionais e profissionais (o basebol, o futebol americano e o hoquei no gelo), bem como no futebol/soccer. Esta regulamentação, não eliminando, limita claramente o fosso existente entre equipas.
Na Europa, toda a gente e em todos os desportos, ficam apavorados só de ouvir falar nessa hipótese. Porquê? De que têm medo? Da competitividade?
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