quarta-feira, 11 de junho de 2008

Portugal – Turquia e o resto, visto de Espanha

Já todos conhecem a minha antipatia pelo seleccionador nacional. Sempre (desde o primeiro jogo do Euro 2004, em Portugal) questionei e continuo a questionar as suas opções, o seu mau génio tolerado pela comunicação social portuguesa e todos os seus tiques de autoritarismo e prepotência. Daí que me sinta particularmente à vontade para elogiar a exibição de Portugal no primeiro jogo do Europeu face à Turquia.
De facto, visto de Espanha, e sem ter as insuportáveis transmissões televisivas, antes, durante e depois dos jogos em todos os canais (sem excepção), acompanhei apaixonadamente o jogo num bar cheio de espanhóis, onde também eles acompanhavam o jogo.

Deixem-me dizer que hoje percebo muito melhor a paixão com que os emigrantes acompanham Portugal, seja no futebol ou noutra modalidade.
Gostei muito da nossa exibição e Portugal tem, talvez, o melhor conjunto de jogadores que alguma vez já dispôs. Pelo menos nos últimos 20 anos. E porquê?
Porque, por posições, e quanto a mim, apenas nos faltam 3 jogadores de classe mundial: um guarda-redes, um lateral esquerdo e um ponta de lança. As duas primeiras posições ainda são sufrivelmente preenchidas por Ricardo e por P. Ferreira. Já o ponta de lança é o problema do costume. Mas com um enorme Bosingwa, dois centrais fabulosos (Pepe e R. Carvalho) um meio campo composto, no meio por Petit, J. Moutinho e Deco e nas alas com Simão e C. Ronaldo, dificilmente se arranjará melhor. Fica a faltar o ponta de lança. Mas fizemos um grande jogo e mantivermos este nível dificilmente não chegamos às meias finais (depende de quando será o nosso “acasalamento” com a Alemanha). Nesse jogo com a Alemanha logo se verá quem é mais forte.

Dos jogos que vi até agora (com a 1ª jornada terminada em todos os grupos), apenas duas selecções mostraram ter capacidade de chegar ao título, junto com Portugal. Curiosamente duas selecções que se encontraram no primeiro jogo e com um resultado desnivelado: Holanda e Itália.
Pode parecer estranho, mas é um facto que qualquer destas equipas se mostrou poderosíssima. Foi 3-0 a favor da Holanda mas poderia ter sido 3-3, 3-2, 0-2, enfim um qualquer resultado com muitos golos. Teve mais sorte a Holanda que com um golo claramente fora-de-jogo se adiantou e depois marcou em dois contra-ataques que se seguiram a duas grandes oportunidades de golo da Itália: uma com a bola a ser aliviada em cima da linha de golo e a outra após fantástica defesa de Van der Sar.
Ah, talvez a Espanha possa também fazer alguma coisa.

A nível individual gostaria de destacar: Bosingwa, Pepe e Ricardo Carvalho (e talvez Deco), na Holanda (Van der Sar, von Bronkhorst, Van der Vaart e Sneider), Frings e Fritz na Alemanha, Villa na Espanha e pouco mais.

Desilusões: Rep. Checa e França
Fraquinhas: Austria, Suiça, Rep. Checa, Grécia e Roménia

1 comentário:

Greenheart disse...

Acho que da analise individual faltou o destaque ao gigante de 1.93 da holanda que joga no Twente e que por acaso não sei o nome, mas é um fantastico trinco