quarta-feira, 9 de julho de 2008
Medidas populistas
A descida do IVA, mais precisamente da taxa mais elevada, dos 21% para 20%, foi anunciada com pompa pelo Governo. No anúncio, Sócrates disse que era um prémio aos portugueses pelo contributo na diminuição do défice (o Adamastor dos portugueses nos últimos anos).
Pois bem, nada melhor do que reduzir o IVA em um ponto percentual!
Quando o primeiro ministro disse que era um prémio aos portugueses, muitos contestaram quanto ao real impacto nos preços finais, pois consideravam que seria irrisória a redução por esta via. Mas estes consideravam que o prémio era para os consumidores, o chamado POVO. Estavam enganados.
Como as facturas acima demonstram, o prémio era para as empresas de todos os sectores que aplicavam aquela taxa de IVA. Na verdade, este é um exemplo negativo, outros haverá, mas também os há positivos, onde houve redução dos preços ajustando-se à nova taxa.
Mas não deixa de ser importante este exemplo, vindo da GALP, uma empresa nacional e com gestão ligada ao Governo. É o chamado exemplo vindo de cima.
O efeito da redução da taxa de IVA implica um aumento do lucro, através da manutenção do preço final, incorporando os 0,83% que seria a redução no preço.
Grão a grão, enchem os mesmos os seus bolsos.
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2 comentários:
Ora aí está o exemplo daquilo que todos já estávamos à espera que acontecesse.
Então são estas as famosas facturas mostradas pelo PCP no Parlamento ao Ministro Teixeira dos Santos (ver www.agenciafinanceira.iol; "GALP acusada de burla por não reflectir baixa do IVA"). Como consumidor, não posso deixar de concordar com o post. Felizmente ou infelizmente não há legislação nenhuma ou instituição que "obrigue" os operadores a fazer reflectir totalmente nos preços a descida do IVA. É a lei do mercado que vinga! Correndo o risco de ser visto como o advogado do diabo, posso ainda dizer que o último parágrafo do post é verdadeiro apenas se tudo o resto para além da descida do IVA se mantém constante. Assim, pode até ter acontecido uma diminuição das margens de lucro se, entre os dois períodos por exemplo os custos de produção de gás terem subido. Mas é claro que ninguém acredita nisto... Essencialmente porque estamos a falar de mercados muito pouco concorrenciais e logo muito pouco sensíveis a fazer baixar o preços das coisas que vendem.
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