Já muito se escreveu e se falou sobre o assalto da semana passada a uma dependência do BES em Lisboa: a polícia agiu com profissionalismo, a operação policial foi 100% eficaz, etc, etc, etc. Estas foram, grosso modo, as ideias que foram repetidas (quase até à exaustão) pelos responsáveis da manutenção da ordem pública no nosso país. Fico contente por saber que os polícias agem com profissionalismo. Afinal de contas, que outra coisa seria de esperar?
Do rescaldo da operação policial retive, no entanto, o pouco à-vontade com que a polícia, neste caso a PSP e as suas chefias, têm ao lidar com a imprensa. Os comunicados lidos directamente de uma folha, a recusa sistemática em responder a questões sem qualquer justificação, a forma atabalhoada como a conferência de imprensa foi realizada no dia seguinte; são exemplos que ilustram, a meu ver, o muito que a polícia tem ainda a fazer para melhorar este aspecto de relacionamento com o público (sim, porque muito da imagem que temosda polícia é-nos transmitida pelos jornalistas).
Quando é que será que teremos uma polícia profissional a este nível? Por que razão não há um porta-voz profissional para estas ocasiões? O que será melhor: a recusa em fornecer informações ou ter, numa primeira fase, os mais variados boatos e, numa segunda fase, a revelação, por fontes quase nunca reveladas, dos pormenores mais ínfimos do caso? Será que não se aprendeu nada com o caso Maddie?
1 comentário:
Tens toda a razão. Vi a leitura do comunicado em directo, na mesma noite do sucedido, em que uma agente leu uma declaração, avisando antecipadamente de que não haveria lugar a perguntas e respostas, pois mais informação só seria dada no dia seguinte.
Creio que há razões para este tipo de decisão, pois evita-se reacções a quente.
Mas o mais engraçado foi ver o agente que estava do lado da "leitora". Como passou o tempo todo calado, assim que aquela acabou de ler e recusou responder à questão "eram portugueses?", o referido agente, possivelmente por ter achado que deveria ter o seu momento de notícia, mesmo após a colega ter dito que não poderiam dar mais informações, à mesma questão responde "falavam português mas com sotaque brasileiro".
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