segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O balanço português dos JO2008 (excluindo Nélson Évora)

O habitual! Ganhámos 2 medalhas, uma de ouro e outra de prata. Foi o que sobressaíu da mediocridade. Com excepção daqueles que melhoraram as sua marcas pessoais, foi a actuação do costume. O COP, ou alguém por ele, estabeleceu a marca de 60 como objectivo a alcançar (há um sistema de pontuação que atribui pontos do 1º ao 8º lugar). Parecia ambicioso. Mas que raio, nalgumas modalidades (judo, vela, trampolim, atletismo, canoagem, triatlo, etc.) tínhamos campeões e vice-campeões da Europa e do Mundo, melhores marcas mundiais, lideres das respectivas taças do mundo e eu sei lá mais o quê. Logo tínhamos tudo para conseguir 60 pontos. Deduzo que estes 60 pontos não aparecem do acaso. O COP (ou as entidades competentes) não se reúnem à mesa, e qual jogo das moedas, não se podem a tentar adivinhar o nº de pontos que vamos trazer. A algum critério deve obedecer.
Bom, conseguimos 28 (sim vinte e oito) pontos! Menos de metade do objectivo traçado! Mas segundo o secretário de estado do desporto não foi mau, foi até uma boa participação.
Exemplos:
1) Um dos senhores do tiro, líder do ano na especialidade, segundo os comentadores, classificou-se para lá dos 25 primeiros. Deve ter ouvido o zumbido de algumas moscas que o desconcentraram ou quiçá, um cisco entrou-lhe para o olho nos momentos da competição (deve ter sido algum azar, claro, pois ele, com certeza que se tinha preparado adequadamente, como todos os atiradores que de 4 em 4 anos falham rotundamente nas suas competições). Primeiro falham na de 10m (mas essa não é a sua especialidade). Depois falham na de 20m (essa sim sua especialidade, mas que por azar calha sempre num dia mau para o atirador). Enfim... (nota: os 10 e 20 são aleatórios – não sei ao certo as distâncias).
2) Competição equestre: O cavalo não obedece ao cavaleiro. Nada de dramático se a competição não fosse de ensino. Calculo que o cavalo também não devia estar num dia bom.
3) Obykwelu, a quem já devemos muitas vitórias, anuncia, já em Pequim, que vai haver surpresas pois está na sua melhor forma de sempre. Falha nos 100m e anuncia abandono da competição devido ao flagelo das suas lesões. Se a lesão não estava debelada com certeza que não estaria na sua melhor forma de sempre, acho eu!
4) Judocas: aqui sim, temos Portugal sempre no seu melhor. Quem é o culpado das más prestações? Pois só poderia ser um, o ÁRBITRO! Ainda bem que no judo há árbitros como no futebol Assim, são sempre eles os culpados.
Depois há o flagelo das atletas australianas que das poucas vezes que vem à Europa ou à grandes competições ficam sempre à frente da nossa campeoníssima Vanessa.
Por último a guerra pela presidência do COP. Fala-se em Rosa Mota (desde há muito colaboradora das campanhas eleitorais do PS e que por isso deve fazer valer os seus fretes e Vicente Moura, perante o flop que já se desenhava a meio dos JO, veio propor um aumento de 2 milhões para o Projecto Londres 2012. Depois desta fuga para frente proponho desde já VM para porta-estandarte em Londres.

1 comentário:

DeKuip disse...

Numa perspectiva maquiavélica, pode-se afirmar que todos apenas fazem o que se espera que façam para sí mesmos: o COP inflaciona (com bons argumentos) as expectativas para obter o máximo de dinheiro do Estado e o Estado dá o dinheiro com a expectativa de tirar dividendos políticos em 2008 (o que acaba por fazer após a medalha do Nélson Évora...). Enfim, é a vida! E o desporto e os desportistas? Bem, esses provavelmente serão os que levam mais pancada e os que menos têm a ver com isto tudo...