quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Os JO e os portugueses (ou como a história se repete de 4 em 4 anos)

O sucesso nos JO é uma questão muito complexa. Esse sucesso depende de quê? Do dinheiro investido (subsídios aos atletas, investimentos em equipamentos (pistas, piscinas, pavilhões, etc.))? Das capacidades inatas dos atletas? Do tempo dedicado aos treinos pelos atletas? Com certeza que o sucesso faz-se de tudo isto. Mas de duas outras coisas muitíssimo importantes: a mentalidade do atleta e a sua capacidade de sacrifício.
Não entrarei na segunda questão, que eu julgo que muito poucos a têm em Portugal, sejam atletas ou sejamos nós próprios. Sacrifícios é bom, mas para os outros.
Quanto à mentalidade há de tudo nos nossos atletas. Eu fico francamente irritado quando após (mais) um invariável falhanço de um atleta, ele vem para a rádio ou televisão dizer que já está muito contente por ter chegado ao ponto a que chegou (e que, na maioria das vezes significa ter ficado muito aquém do seu record pessoal). Pior fico quando depois acrescente que já está a pensar nos próximos JO (para quê, costumo eu perguntar!?). Também há aqueles que apesar do falhanço, estão muito contentes porque tomara Portugal ter muitos atletas como ele. Por contraponto, fico satisfeito quando alguém assume que poderia e/ou deveria ter feito melhor mas que os outros também estiveram em competição e fizeram melhor que ele, ou simplesmente quando os atletas apesar de não terem aspirações conseguem bater (ou aproximarem-se) dos seus records pessoais. Isso significa que trabalharam e melhoraram o seu desempenho, logo nada se lhes pode apontar.
O ideal de Coubertain (“O importante não é vencer mas sim competir”) é muito bonito mas aplicado ao desporto amador. Os JO há muito que deixaram de ser coisa de amadores. São competição. Uns ganham, outros perdem, tudo bem. O que não se deve é apoiar atletas cujos objectivos se esgotam com os mínimos de apuramente para irem dar mais uma voltinha onde quer que sejam os jogos. Para isso paga-se uma viagem de 10 dias, com tudo incluído, ao atleta que sai mais barato que financiar o “seu” projecto olímpico durante 2/4 anos.

PS: É que ganhar uma competição nuns JO não depende dos astrais de cada um, mas acima de tudo, do seu poder de sacríficio e de dedicação. Quando se deixa ao critério dos astros...
PS2: Só uma nota sobre Michael Phelps: simplesmente fantástico!!!!!

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